Adaptado por Zootecnista Henrique Costa Filho, MScConsultor Técnico Sustennutri
Fonte: https://www.feedstrategy.com/animal-nutrition/beef-cattle/
Um novo estudo liderado pela Virginia Tech’s College of Agriculture and Life Sciences revela que novilhos prontos para o mercado podem manter a qualidade e o rendimento da carne mesmo quando alimentados com dietas de manutenção de baixo custo e mais pobres em nutrientes por períodos mais longos do que se pensava anteriormente.
A descoberta é especialmente útil para produtores de gado e operadores de confinamento em tempos de imprevisibilidade do mercado e de lentidão no processamento, como os vividos durante a pandemia da COVID-19.
Durante as fases iniciais da pandemia, as medidas de distanciamento social levaram muitos processadores de carne a encerrarem ou reduzirem as operações. Como resultado, muitos produtores de carne bovina e confinamentos tiveram que reter gado por longos períodos de tempo, sob condições de mercado incertas e correram o risco de perdas financeiras.
O estudo, liderado pela Virginia Tech’s College of Agriculture and Life Sciences em colaboração com colegas da Universidade de São Paulo (USP), no Brasil, procurou determinar se novilhos acabados poderiam manter sua capacidade de produzir carne bovina de alta qualidade quando tratados e mantidos em dietas de manutenção mais baratas, enquanto os mercados melhoravam.
A pesquisa se concentrou em 16 novilhos mestiços comerciais Angus, cada um pesando aproximadamente 590 kg. Uma vez prontos para o mercado, esses novilhos foram colocados em uma das duas rações de manutenção consistindo predominantemente de dietas de forragem ou maior em grãos por 60 dias. No final deste período de alimentação, o gado foi abatido e a qualidade da carne foi avaliada utilizando os padrões da American Meat Science Association para cor, peso, rendimento, maturidade e marmoreio.
O estudo, publicado este mês na revista Translational Animal Science, não encontrou diferenças significativas na qualidade da carne entre os dois grupos de dieta.
“Nossos dados mostram que a qualidade da carne bovina é bastante resiliente”, disse o professor David Gerrard, autor principal e diretor da Virginia Tech’s College of Agriculture and Life Sciences. “Apesar das grandes mudanças na dieta, as qualidades intrínsecas da carne – como a cor e a textura – permaneceram inalteradas.
“Isto sugere que há mais flexibilidade nas estratégias alimentares do que se pensava anteriormente. Os produtores podem usar esse conhecimento para planejar e gerenciar melhor as decisões de mercado, sem comprometer perdas na qualidade da carne.”
Os consumidores norte-americanos tendem a preferir os graus de qualidade da carne bovina – como “prime” e “choice” – juntamente com as sugestões visuais de cor e marmoreio em suas decisões de compra. O estudo comprova que mesmo com práticas alimentares alteradas, estes indicadores de qualidade podem ser mantidos por um longo período de tempo.