CARNES – PROJEÇÕES DO AGRONEGÓCIO BRASIL 2022/23 A 2032/33
Adaptado por Zootecnista Henrique Costa Filho, MSc
Consultor Técnico Sustennutri
Fonte: Projeções do Agronegócio Brasil 2022/23 a 2032/33 – Ministério da Agricultura e Pecuária – 2023
Através deste trabalho são atualizadas as Projeções do Agronegócio para o período 2022/23 a 2032/33. O trabalho procura indicar direções do desenvolvimento e fornecer subsídios aos formuladores de políticas públicas quanto às tendências dos principais produtos. Os resultados buscam, também, atender a um grande número de usuários dos diversos setores da economia nacional e internacional para os quais as informações ora divulgadas são de enorme importância. As tendências indicadas permitirão identificar trajetórias possíveis, bem como estruturar visões de futuro do agronegócio no contexto mundial para que o país continue crescendo e conquistando novos mercados.
Segundo o IBGE, foram abatidas em 2022, 29,8 milhões de cabeças em todo o país. O Mato Grosso (15,8%), São Paulo (11,5%), Mato Grosso do Sul (11%), Goiás (9,9%), Minas Gerais (9,5%), Pará (8,2%), Rondônia (6,9%) e Rio Grande do Sul (5,5%), lideram os abates, com 78,2% dos abates no país. Os dados de efetivos de bovinos em 2022, indicam que o país possui neste ano, 230,0 milhões de cabeças (CONAB, 2023).
Entre as carnes, as que projetam maiores taxas de crescimento da produção anual no período 2022/23 a 2032/33, são a carne frango com 2,4%, suína com 2,3% e bovina com 1,2% ao ano. A produção total de carnes em 2022/23 está estimada em 29,6 milhões de toneladas, e a projeção para o final da próxima década é produzir 36,2 milhões de toneladas de carne de frango, bovina e suína. Essa variação entre o ano inicial da projeção e o final resulta num aumento de produção de 22,4%. O maior aumento de produção deve ocorrer em carne de frango, 28,1%, carne suína, 23,2% e carne bovina, 12,4%.
O crescimento anual projetado para o consumo da carne de frango é de 2,2% no período 2022/23 a 2032/2033. Em quantidade consumida, tem-se em 2032-33, 12,9 milhões de toneladas. A carne suína passa para o segundo lugar no crescimento do consumo com uma taxa anual de 2,2% nos próximos anos. Em nível inferior de crescimento, situa-se a projeção do consumo de carne bovina, de 0,4% ao ano para os próximos anos.
Quanto às exportações, as projeções indicam elevadas taxas de crescimento para os três tipos de carnes analisados. As exportações representam a variável mais relevante no crescimento das carnes. As estimativas projetam um quadro favorável para as exportações brasileiras. A carne de frango, deve crescer 2,8% ao ano, bovina, 2,6% e suína, 2,9% Essas taxas podem ser consideradas elevadas.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, 2023) classifica o Brasil em 2032 como primeiro exportador de carne bovina, com 28,5% das exportações. A Índia vem como segundo, Austrália como terceiro e em quarto os Estados Unidos. Nas exportações de carne suína o Brasil é classificado em terceiro lugar, atrás da União Europeia e Estados Unidos. Em carne de frango, o Brasil fica em primeiro lugar nas exportações, com participação de 35,5% das exportações mundiais, seguido pelos Estados Unidos, 25,0%, e Tailândia, 8,5% do mercado mundial.
As exportações mundiais de carnes mostram-se favoráveis na próxima década. O USDA (2023) projeta acréscimo 13,9% nas exportações de carne suína, 22,7%% nas exportações de carne de frango, e 16,3% de aumento nas exportações de carne bovina.
As exportações brasileiras de carnes ao final do período das projeções devem chegar a 11,7 milhões de toneladas, um aumento, portanto de 30,8% em relação ao ano inicial, que foi de 9,0 milhões de toneladas exportadas. Os maiores acréscimos nas exportações de carnes devem ocorrer em carne suína 33,5%, carne bovina 29,7% e carne de frango 30,9%.
Os grandes mercados para a carne bovina são representados por China, Estados Unidos, Japão. A China deve importar 28,8% da carne bovina exportada em 2032, boa oportunidade para o Brasil, Argentina e outros. Segundo o USDA 2023, o Brasil deve aumentar as suas exportações de carne bovina em 37,5% até a próxima década. Para a carne de frango, 24,0%, e os principais destinos são Arábia Saudita, África Subsaariana, China, México, Hong Kong, Japão e União Europeia. Para a carne suína, os principais mercados são: China, Japão, México, Coréia do Sul e Estados Unidos.